Autoconfiança: sua principal alavanca de crescimento. Saiba como construí-la e parar de duvidar de si
Uma pessoa autoconfiante pode ganhar até +89% do que uma pessoa que não acredita em si mesma
A partir de agora, você vai receber um texto meu por semana. Trarei na sua caixa de entrada um dos meus aprendizados para crescer na carreira.
Recomendo fortemente que você se inscreva e realmente leia. Afinal, meu objetivo é contar exatamente tudo que eu aprendi, fiz e faço até hoje para ter sucesso e realização profissional.
E se você chegou aqui agora, veja todos os meus artigos aqui
Agora vamos ao artigo…
Uma das perguntas que eu sempre faço nas minhas mentorias, e pouca gente consegue responder de imediato é: onde você realmente manda bem?
E não necessariamente precisa ser uma coisa só, ou somente algo relacionado ao seu trabalho.
Meu objetivo com essa pergunta não é nem saber a resposta dela (afinal tenho outros exercícios nas mentorias que trazem muito mais clareza das suas competências do que essa simples pergunta).
Meu objetivo com ela, na verdade, é ter um termômetro do seu nível de autoconfiança.
Por que isso é importante?
De acordo com pesquisa¹ realizada com mais de 12 mil pessoas, foi comprovado que:
Uma pessoa autoconfiante pode ganhar até 89% a mais do que uma pessoa que não acredita em si mesma.
Autoconfiança é a base para você crescer na carreira. Se nem você confiar em si mesmo, com certeza recrutadores, líderes ou mesmo potenciais clientes também vão ter dificuldade em confiar no seu trabalho.
A a única forma de ter autoconfiança de maneira consistente é saber de verdade quais são suas principais competências. Saber seu perfil, onde você manda bem, e onde você tem mais dificuldade.
Ninguém é bom em tudo, mas todo mundo é muito bom em alguma coisa. Basta descobrir no quê.
Por que é tão difícil ser autoconfiante?
É muito comum que a nossa autoconfiança aumente, ou mesmo só exista, quando recebemos feedbacks positivos, reconhecimento ou elogios sobre nosso trabalho.
Porém, esperar a validação externa para ter segurança de que você fez um bom trabalho torna sua autoconfiança muito frágil.
Você passa a depender da validação externa para se sentir bem consigo, e quando ela não chega, você fica sem referência e passa a acreditar que o que está fazendo não está bom ou não é suficiente.
Isso pode acontecer tanto na sua rotina, com o trabalho que você entrega todos os dias, ou mesmo num espectro mais amplo, quando você pensa em você como profissional.
Como consequência, dificilmente encontro pessoas que já conhecem seus pontos fortes, e mais importante, sabem comunicá-los.
Pelo contrário: o que mais encontro por aí são pessoas que dependem de validações externas para sentirem que fizeram um bom trabalho. E isso é extremamente perigoso para sua carreira.
O que pode prejudicar sua autoconfiança?
Se sentir bem consigo não é algo linear ou estável. Isso muda de acordo com seu momento de vida e de carreira. Mas existem algumas razões comuns que podem te fazer se sentir menos autoconfiante:
Falta de validação: seus líderes te dão feedbacks negativos em excesso, ou mesmo não te dão feedback nenhum, independente do que você entrega? Isso faz com que você perca a referência sobre o que é uma entrega “boa”, e passe a se exigir demais (ou até de menos).
Falta de clareza do que deve ser entregue: você não está conquistando os resultados que gostaria, ou mesmo nem sabe o que deveria entregar. Você continua se esforçando, mas sem um objetivo claro você perde o foco e pulveriza sua energia. Consequentemente, a qualidade da entrega sai prejudicada
Falta de autoconhecimento: se você não sabe ao certo o que você gosta ou não gosta de fazer, ou onde você tem mais aptidão, vai ter mais insegurança sobre decisões. Uma pessoa insegura, consequentemente, tem uma performance pior, e consegue menos espaço no ambiente de trabalho. Por conta disso, seu crescimento é muito mais lento.
Falta de troca: não ter pessoas próximas para conversar, que passam por situações semelhantes, te faz perder a referência sobre o que de fato é um problema seu, e o que é um problema externo.
Resumindo: a falta de autoconfiança diminui nossa aptidão a riscos, nos faz enxergar menos oportunidades e nos deixa estagnados.
Ela nos impede de crescer.
Como construir autoconfiança de maneira sólida e consistente?
Existem quatro princípios que eu sigo para construir e manter minha autoconfiança.
Eles são quase um mantra: tento repeti-los toda semana para garantir consistência e não dar espaço para minha impostora interna se manifestar e atrapalhar meus objetivos.
São eles:
Conhecer o meu perfil profissional e intelectual
Pedir feedbacks com frequência
Documentar meus resultados para consultar sempre
Ter clareza sobre por que eu faço o que eu faço
1. Conhecer o meu perfil profissional e intelectual
Existem diversos tipos de testes de perfil por aí, e muitas empresas já os utilizam nos processos seletivos. DISC e MBTI provavelmente são os mais famosos, mas existem outros tipos e versões. Pedir um teste de perfil ao candidato auxilia a empresa a encontrar pessoas com maior tendência de executar bem o trabalho esperado para determinada posição.
Testes de perfil não trazem nenhuma verdade absoluta, mas ajudam muito a entender por que somos ou fazemos determinadas coisas de um jeito ou de outro.
Além dos testes, outros exercícios de autoconhecimento são imprescindíveis. Entender a fundo suas competências, seus pontos de oportunidade e o que te moldou como profissional fazem com que você entenda razões pelas quais sua carreira tomou o rumo que tomou, e te permitem planejar com muito mais clareza o que você deseja para o futuro.
Consequentemente, você se torna mais confiante e seguro do que virá a seguir.
Por que isso me ajuda?
Desde os primeiros testes que eu fiz, percebi que tenho um perfil que tende mais à execução, do que à análise ou ao planejamento. Isso me fez entender que não adiantaria eu insistir em determinadas tarefas ou frentes de trabalho, porque sempre estaria fazendo um trabalho mediano e existiriam muitas outras pessoas melhores do que eu naquilo.
Insistir em fazer um trabalho que não encaixa no seu perfil pode até funcionar, mas vai tomar mais tempo para você realmente ficar bom naquilo. Com isso, sua autoconfiança pode ficar abalada pelo tamanho da dificuldade que você vai encontrar no caminho.
Como conhecer o meu perfil profissional e intelectual?
Existem diversos testes de perfil disponíveis gratuitamente na internet, como esse aqui. De novo, reforço que ele não apresenta uma verdade absoluta, e o resultado tende a mudar dependendo da situação e contexto de vida que você se encontra no momento em que realiza o teste.
Além disso, mentorias, terapia e autoanálise também são essenciais para construir um autoconhecimento mais profundo e sólido, que vai muito além do que um teste pode te oferecer. De toda forma, pequenas doses de autoconhecimento sempre vão te auxiliar a se sentir mais confiante, principalmente em situações desafiadoras.
2. Pedir feedbacks com frequência
Quando foi a última vez que você pediu um feedback? Seja sincero.
Fiz essa pergunta para meu grupo de mentoria na semana passada, e a resposta foi silêncio total.
As pessoas subestimam o poder de pedir feedbacks, mas aqui existe uma mina de ouro para quem quer se tornar mais autoconfiante.
Eu sei que feedbacks não são fáceis de pedir, nem de receber. E o fato de a maioria das pessoas não saberem dar um feedback de forma construtiva, com comunicação não-violenta, torna ainda mais desafiador.
Mas a partir do momento em que você cria uma rotina de pedir feedbacks para pessoas próximas de você, e aumenta a frequência desses pedidos, fica cada vez mais fácil tanto pedir, quanto receber.
Ouvir um feedback negativo, ou uma oportunidade de melhoria, vai doer cada vez menos no ego e ressoar cada vez mais na construção do seu autoconhecimento e autoconfiança.
Por que isso me ajuda?
Como comentei, a maioria das pessoas depende de validação externa para se sentirem seguras de que estão fazendo um bom trabalho. Eu também era assim, e quando não recebia feedback nenhum, minha autocrítica gritava mais alto e dizia que meu trabalho não tinha sido bom o suficiente.
Para eliminar esse meu viés interno, passei a perguntar o que as pessoas achavam do meu trabalho com mais frequência. No começo, não foi simples ouvir algumas verdades duras. Também demorou um tempo para eu desenvolver um senso crítico aguçado o suficiente para avaliar se eu realmente acreditava que o feedback fazia sentido, ou se optaria por agradecer, mas descartá-lo.
Mas com o tempo, comecei a documentar os principais feedbacks que eu recebia, e entender quais daqueles pontos apareciam com mais frequência, para trabalhar mais intencionalmente neles. Fui desenvolvendo mais autoconfiança no processo, e consequentemente dependendo menos da validação externa para saber quando estou fazendo de fato um bom trabalho.
Como pedir feedbacks com frequência?
Comece alinhando com pessoas próximas de você (sua família e amigos) que você vai passar a pedir feedbacks com mais frequência, e que gostaria que essas pessoas fossem sinceras e transparentes. Alinhar expectativas é essencial para esse processo funcionar bem.
Em seguida, alinhe com sua liderança e pares na empresa que você gostaria de receber mais feedbacks frequentes. Peça feedbacks estruturados (como os que já existem em ciclos de avaliação tradicionais das empresas), mas não espere até esse momento chegar. Peça também a visão deles quando entregar um projeto ou tarefa.
O mais importante aqui é ser intencional no pedido. Ou seja, se você pedir simplesmente um feedback, a tendência é que muitas pessoas falem apenas as coisas boas, já o ser humano (e principalmente, o brasileiro) quer sempre agradar.
Portanto, seja literal e pergunte se a pessoa enxerga alguma oportunidade de melhoria naquela entrega, na sua conduta em uma reunião, ou em qualquer outra situação.
Lembre-se: sempre agradeça um feedback, pois ele representa outra pessoa dedicando tempo e cuidado para te ajudar a ser cada vez melhor. Mas também exercite o seu senso crítico para avaliar se você deseja: 1. acolher o feedback e trabalhar nele, ou 2. refutá-lo por acreditar que não faz sentido para você naquele momento.
Você tem liberdade para escolher o que quer fazer com ele. E inclusive esse senso crítico ajuda muito a construir solidez para sua autoconfiança.
3. Documentar meus resultados para consultar sempre
Eu faço terapia há anos, e uma vez minha psicóloga me recomendou fazer um “Depósito de Autoestima”. Isso significava guardar e documentar sempre que eu recebesse um elogio, feedback positivo, ou entregasse algum resultado ou projeto do qual eu me orgulhasse.
Sempre que eu me sentisse insegura, deveria retornar e consultar meu depósito. Ele acabou virando uma documentação de anos e anos de trabalho, e até hoje continuo alimentando-o.
Por que isso me ajuda?
É muito comum que as pessoas dêem muito mais peso para as coisas ruins do que as boas. Ou mesmo que as ruins demorem mais tempo para serem esquecidas, enquanto as boas são celebradas, mas logo passamos para a próxima tarefa.
Não somos muito bons em celebrar conquistas, ou em acreditar em feedbacks positivos e elogios que os outros nos dão. Geralmente, nossa autocrítica grita mais alto e diz que aquilo deve ser só porque a pessoa está sendo legal, ou que não fizemos nada além do nosso trabalho.
Registrar as coisas boas (e mesmo as não tão boas) me ajuda a ter uma visão muito mais ampla dos meus resultados, e me relembra sempre de tudo que já conquistei.
Me relembra que muita gente vê valor no meu trabalho, e me conforta em dias mais desafiadores. E inclusive, facilita muito na hora de contar a minha história em uma entrevista com mais segurança no que estou falando.
Como documentar resultados para consultar sempre?
Eu gosto muito de usar o Notion para esse tipo de documentação, mas você pode fazer num documento qualquer. Importa mais que você de fato faça e consulte, do que onde você vai documentar.
Registre prints de conversas, relate conversas ao vivo, descreva a situação em que eles aconteceram e coloque datas. Inclua detalhes o suficiente para que, daqui a 5 anos ou 10 anos, você ainda consiga ler e entender o contexto daquele feedback ou resultado.
E crie o hábito de sempre consultar o seu “Depósito de Autoestima”.
4. Ter clareza sobre por que eu faço o que eu faço
Não sou muito fã da palavra propósito, porque acredito que ela carrega um nível de expectativa que pode gerar mais ansiedade do que ajudar.
Mas descobrir o real motivo pelo qual eu faço o que eu faço, ou seja, entender onde, de fato, eu me sinto realizada no meu trabalho, me fez construir muito mais segurança sobre minha trajetória profissional, minhas decisões e sobre a qualidade do que eu entrego.
Por que isso me ajuda?
Principalmente no início da nossa carreira, é comum que a gente siga o caminho que a sociedade ou que a nossa família acreditam que é o melhor para uma trajetória profissional. No meu caso, fiz faculdade e comecei a trabalhar em uma multinacional, já que era isso que todos os meus colegas faziam.
Não que isso tenha sido ruim. Pelo contrário: foi essencial para construir a base de quem sou e do que eu sei hoje. Porém, depois de um tempo, comecei a me sentir frustrada e me questionar se de fato era aquilo que eu queria fazer.
O que descobri com o tempo é que, se eu não estiver feliz com o que estou fazendo, certamente vou entregar menos valor, meu trabalho vai ter menos qualidade, a autoconfiança vai lá embaixo, e consequentemente eu vou ser menos remunerada por ele.
Como ter clareza sobre por que eu faço o que eu faço?
Não vou me aprofundar muito nesse tema, porque já falei muito sobre isso nesse texto sobre como usei sobre técnicas de Growth Hacking aplicadas à minha carreira.
Mas o que posso te dizer é que esse processo é o primeiro exercício da minha mentoria: entender o seu “por quê”. Se quiser conhecer mais sobre o programa, é só clicar no botão abaixo e preencher o formulário.
Autoconfiança é o princípio básico para crescer na carreira. Recomendo que você comece a trabalhar nos pontos acima, e depois me conte se funcionou aqui nos comentários, ou respondendo esse email.
E se você gostou do texto, envie para outras pessoas que podem se beneficiar com ele também 😉
Até a semana que vem!
Thais Sterenberg
¹Pesquisa realizada pela Universidade da Flórida com 12.686 homens e mulheres entre 14 e 22 anos, acompanhadas ao longo de 23 anos.