Como assumir riscos
Eu vou te contar "fórmula matemática" (sim!) por trás dos riscos que você vai assumir na sua carreira
👋 Sou a Thais Sterenberg, e essa é a edição #39 da news AutoGrowth.
Aqui eu compartilho os principais “hacks” para acelerar seu crescimento profissional.
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Desde que eu larguei meu emprego CLT numa big tech para empreender, há 10 meses, o comentário que eu mais ouço, principalmente das mulheres do Mulheres de Growth, é que elas gostariam de ter esse tipo de coragem.
A palavra coragem ficou ressoando: será que só a coragem é necessária?
Sem dúvidas, ela é essencial. Mas só ela, sem plano, preparo e estrutura, pode te fazer tomar decisões não tão saudáveis.
O mais interessante é que eu também não achei que teria a tal “coragem”.
A gente acha que a coragem é momentânea e vai chegar em algum momento. Que vamos acordar um belo dia, tomar coragem e agir.
Mas não é bem assim.
Se você se prepara bem, a coragem vai se acumulando com o tempo, de forma sutil, quase imperceptível. Ela vai aparecendo e te fortalecendo na medida que você consegue materializar melhor na sua cabeça as decisões que você gostaria de tomar.
Foi fazendo e refazendo o meu próprio AutoGrowth que eu consegui materializar o plano que eu queria seguir. Fui aos poucos me permitindo tomar certas decisões com mais risco.
E esse plano vai mudando e se transformando na medida que o tempo passa e as coisas acontecem. Não é um plano exato, mas é um caminho cada vez mais claro.
Ultimamente eu assumi mais alguns riscos, e me peguei pensando…
O que define meu apetite à risco, e, mais importante, como superar o medo e a vontade de desistir que vem bater na minha porta todos os dias? (
rs rindo de nervoso)
Cheguei a algumas conclusões:
1. A tomada de risco é inevitável, então nada melhor que tomar um risco que te agregue
Qualquer decisão é um risco: seja buscando uma promoção, mudando de área, empreendendo, ou ficando exatamente onde você está.
As decisões que definem nosso futuro exigem coragem, e sempre significam abrir mão de alguma coisa.
Falar com seu chefe para pedir um aumento exige tomar um risco. Fazer uma contraproposta salarial para uma vaga exige coragem. Até pedir um favor para um colega é um risco, dependendo do ponto de vista.
Se você decide não fazer uma mudança, esse também é um ato de coragem, e um risco.
A gente só não percebe isso porque não fica tão claro do que estamos abrindo mão (já que ainda não dá pra prever o futuro 🔮).
Então, o ponto é: não tem como escapar! Você sempre está correndo riscos no mundo corporativo e na vida no geral.
E veja: perceber isso é ótimo!
Porque a cada pequeno risco superado, e percebido como superação, você ganha mais uma dosezinha de coragem pra assumir um risco um pouquinho maior dali pra frente.
E o seu potinho de coragem e experiências vai crescendo e ganhando corpo, até que você consegue usá-lo para assumir riscos cada vez maiores.

O grande ponto é você se conscientizar dos seus riscos, decisões e consequências (boas, e aprendizados) de cada um deles.
Assim você vai lotando o seu potinho e tomando cada vez mais coragem para assumir riscos maiores da próxima vez.
2. Você precisa encontrar seu ponto de equilíbrio
De nada adianta você assumir um risco que vai te desestabilizar emocionalmente.
Então o equilíbrio que você precisa encontrar aqui é uma equação muito simples:
⚖️ Medo =<Valor percebido imediato + Consequências de segunda ordem ⚖️
Sendo:
Medo = medo mesmo, frio na barriga, elocubração mental de que vai dar tudo errado… enfim, você entendeu.
Valor percebido imediato = o que você sente logo depois de tomar essa decisão (sim, o que você sente. Estou falando da sensação que você tem ao perceber as consequências iniciais dessa decisão).
Consequências de segunda ordem = o que pode acontecer no futuro, a partir dessa decisão. Não é certeza de que vai acontecer, mas é uma possibilidade forte se você se esforçar.
Ou seja, o medo sempre tem que ser igual ou menor que o valor percebido imediato daquela sua ação + as consequências de segunda ordem que ela possivelmente vai te trazer.
Se a decisão, por mais arriscada que seja, te trouxer algum valor imediato (alegria, aprendizado, ou qualquer outra coisa), e esse valor for equivalente ao medo, você pode seguir.
Some a essa balança as possíveis consequências de segunda ordem (aquelas de médio prazo): se as consequências positivas potenciais forem maiores do que o risco das negativas, vale a pena seguir.
Exemplo:
Se em 2019 eu larguei um emprego estável CLT num banco pra entrar numa startup de 4 pessoas, eu assumi um risco. Mas, na época, eu tinha algumas condições para assumir aquele risco:
Continuar sendo CLT
Ter um plano de saúde
Essas duas coisas eram o que faria com que o valor percebido imediato superasse o medo, porque as consequências de segunda ordem ainda eram nebulosas demais para terem um peso tão grande naquela decisão.
Resultado: eles toparam me oferecer essas duas coisas. Consequentemente, me ofereceram uma participação acionária bem pequenininha. E foi assim que eu assumi um primeiro “risco calculado” de empreendedorismo para me dar coragem para seguir.
(Se eu tivesse com meu potinho de coragem e experiências mais cheio, e confiasse mais no meu poder de “construir boas consequências de segunda ordem”, eu teria negociado ter uma participação maior e teria ganhado mais dinheiro na venda da empresa, 2 anos e meio depois.
Mas na época foi o risco que eu consegui assumir com os insumos que eu tinha para equilibrar minha balança. E tá tudo bem!).
Quatro anos depois, em 2023, eu empreendi morrendo de medo. Dei o tal do “all in”.
Desde o primeiro minuto nessa jornada eu percebi e continuo percebendo um valor gigante que se materializa em aprendizado e oportunidade de conhecer novas pessoas interessantes. Também percebo que, sim, consigo me sustentar financeiramente empreendendo. E eu tenho convicção que no futuro isso vai me render frutos ainda maiores.
Ou seja, relembro sempre que minha balança continua equilibrada no valor imediato, e acredito com mais convicção no potencial futuro.
Lembrar disso sempre me faz superar o medo que, vira e mexe, volta a aparecer.
2.1. Seja racional no seu ponto de equilíbrio
Veja, você precisa ser racional aqui. Porque não adianta você sonhar com um futuro brilhante, mas não ter dinheiro no curto prazo pra se sustentar. Ou topar um novo emprego que tenha grandes oportunidades futuras, mas que vai ferir seus valores e te machucar emocionalmente.
Por isso, identifique quais são os pontos que você não abre mão, assim como entenda o que te desestabiliza emocionalmente. E coloque isso na conta da sua balança.
No meu caso, o medo de não conseguir me sustentar era enorme e me desestabilizaria emocionalmente. Isso para todas as decisões de carreira que eu tomei, não só empreender.
Então eu estruturei um colchão financeiro que faz com que as consequências de segunda ordem, se positivas, sejam muito positivas, e se negativas, eu sei que não vou deixar chegar num cenário que traga danos muito grandes por ter me planejado de antemão.
A chave reside em encontrar o equilíbrio entre o receio natural do desconhecido e a percepção clara do valor e do propósito que te impulsionam.
É como um jogo de corda bamba, onde você se depara com o medo a cada passo, mas a cada pequeno avanço, você aprende um pouquinho mais sobre como seguir sem balançar tanto, e se mantém mais firme na crença de que a recompensa do outro lado vale a pena.
Fui poética, né? Rs
Mas, de verdade. Toda vez que me dá medo, eu penso nisso, e mudo minha vibração mental para um cenário positivo, ou pelo menos equilibrado. E funciona.
🚨 Importante: tudo que eu estou falando aqui não é, de jeito nenhum, para te incentivar a empreender.
Empreender não é fácil e nunca pode ser romantizado.
Meu objetivo aqui é te fortalecer para tomar riscos conscientes, sejam eles quais forem. 🚨
3. Não assuma riscos sem ter autoconhecimento
Você nunca vai chegar num ponto de equilíbrio se não souber o que é valor percebido para você. Mas souber mesmo, não de forma superficial (porque dinheiro todo mundo quer, mas o que mais?).
Você precisa ter clareza das suas paixões, propósito e valores. Assim, mesmo em situações muito difíceis, você ainda assim vai conseguir enxergar valor, vindo das motivações pelas quais você tomou aquela decisão.
Se você não tiver um propósito muito bem fundamentado, a tendência é que o medo desequilibre a sua balança.
E se você não souber o que você quer para o seu futuro, dificilmente visualizar as consequências de segunda ordem vai ser suficiente para equilibrar o medo, já que elas não serão tão claras.
Em outras palavras, quanto maior o valor que você enxerga em uma oportunidade, menor será o impacto do medo.
Vá além dos prós e contras superficiais e explore as motivações e emoções que cada decisão desperta em você. É a paixão, o propósito e o potencial de recompensa que te impulsionarão a superar os obstáculos e alcançar seus objetivos.
Se você quer se aprofundar no seu autoconhecimento e se estruturar para tomar novos riscos, conte comigo e faça o seu AutoGrowth. Abri mais algumas agendas de bate papo para te preparar.
Tente uma agenda aqui:
4. Construa um ambiente pró-autoconfiança
Manter sua autoconfiança estável num ambiente de alta incerteza é bem complicado.
Por isso, você precisa construir fundamentos para que ela não seja tão volátil ao meio externo, mas sim mais sólida independente do ambiente e dos acontecimentos do dia a dia.
É basicamente cimentar sua casinha de autoconfiança pra que ela resista aos furacões e tempestades mentais que às vezes acontecem no nosso cérebro.
E, para isso, você precisa ter clareza de algumas coisas:
O que você faz muito bem
Quais são as fortalezas da sua trajetória
O que você não faz tão bem e precisa de pessoas complementares
São três pontos simples, mas para transformá-los em algo sólido, você precisa dedicar um tempo para estruturá-los (e essa é uma das etapas do AutoGrowth, estruturar sua autoconfiança, assim como eu fiz com a minha).
Mas, além do trabalho interno que você precisa fazer para estruturar sua autoconfiança, existe também um trabalho externo.
Ter pessoas próximas (parceiros(as), sócios(as)) que reforçam suas competências é tão essencial quanto saber quais são elas.
Eu, por exemplo, tenho a tendência a ser muito crítica e eventualmente desistir das coisas quando elas não estão boas o suficiente para mim, por pura insegurança.
Então, ter pessoas do meu lado que são menos preciosistas e que me reforçam a qualidade das entregas é muito útil.
Ao mesmo tempo, sei que sou uma pessoa com pensamento mais estruturado, e sei que consigo equilibrar isso em quem está do meu lado.
Cerque-se de uma rede de relacionamento que te abre portas. Capriche no seu networking antes de assumir um risco que, ao ser ver, é muito grande.
Assim você tem mais gente para pedir ajuda e te dar opiniões.
Lembre-se:
O medo é natural: Aceitá-lo como parte do processo é o primeiro passo para superá-lo
Autoconhecimento é poder: Use suas habilidades, valores e experiências como ponto de equilíbrio para o medo do risco
Rede de apoio é fundamental: Rodeie-se de pessoas que te inspiram, te apoiam e, o mais importante, te complementam
Valor percebido é a chave: Avalie o retorno imediato de cada oportunidade, e considere também o impacto no longo prazo.
Saiba o que te motiva: Explore a motivação e a paixão que cada decisão desperta em você.
Com essa bagagem de conhecimento e a dose certa de coragem, você estará pronto para navegar pelas incertezas da sua carreira e alcançar o sucesso que tanto deseja.