Empreendedorismo: o conceito que pode transformar sua carreira — mesmo sem ter sua própria empresa
Me enxergar e agir como empreendedora transformou minha carreira e minha renda. E pode transformar a sua também.
Empreender sempre foi uma palavra que me assustou.
Venho de uma família em que todos trabalham em grandes empresas, e os que já empreenderam não seguiram com seus negócios por um motivo ou outro.
O que quero dizer é que nunca tive grande estímulo para empreender, pelo contrário: estudei em colégios e universidades tradicionais que estimulavam os alunos a passarem no vestibular e conseguirem empregos nas multinacionais, bancos ou outras empresas renomadas.
Portanto, o empreendedorismo não era um assunto muito comentado na mesa de jantar, ou nas salas de aula que frequentei.
Sou uma mulher que sempre se dedicou e valorizou a própria carreira. Sempre busquei dar meu melhor e entregar valor onde quer que estivesse.
No paralelo, sou muito grata por nunca ter sentido os efeitos literais que a sociedade historicamente machista impõe à maioria das mulheres. Efeitos como violência, falta de oportunidades, ou mesmo falta de respeito no ambiente de trabalho.
Mas alguns efeitos “menos perceptíveis” me impactaram e me impactam até hoje, assim como à grande maioria das mulheres. Esses efeitos são um menor estímulo para seguir caminhos não-tradicionais, uma barreira maior para conquistar méritos e promoções, menos espaço para expor minhas ideias, etc.
Esses efeitos causam um impacto negativo na construção da autoconfiança da profissional mulher. A gente se sente, inconscientemente, menos capaz de conseguir crescer profissionalmente. Essa é uma das principais causas do menor número de mulheres em cargos de alta liderança ou donas de negócios.
Independente do tamanho das barreiras sociais que enfrentamos, provavelmente a maior barreira de todas é a nossa barreira mental e emocional (que é o resultado da sociedade como ela foi construída).
Perceber isso mudou radicalmente a forma como eu encaro minha carreira. E o empreendedorismo foi a base de tudo.
Mas o que é, de fato, empreender?
Antes de explicar por que, ou o que mudou na minha carreira quando percebi isso, vamos voltar rapidamente no conceito do “empreendedorismo”.
Normalmente associamos esse conceito ao ato de começar uma nova empresa. O que pouca gente percebe é que existem muito mais possibilidades para empreender do que ter seu próprio negócio.
Encontrei duas definições para “empreendedorismo” no dicionário:
1. Capacidade de projetar novos negócios ou de idealizar transformações inovadoras ou arriscadas em companhias ou empresas.
2. Vocação, aptidão ou habilidade de desconstruir, de gerenciar e de desenvolver projetos, atividades ou negócios.
Percebem que nenhuma das duas consiste necessariamente em abrir uma nova empresa?
O Empreendedorismo (com letra maiúscula, porque ele merece), é um conceito que deveria ser abraçado por todas as pessoas que querem crescer profissionalmente. Principalmente, pelas mulheres, que, no geral, se sentem ainda menos confiantes e têm mais barreiras para esse crescimento.
Por quê? Porque ele inspira e impulsiona as pessoas a se superarem. A idealizarem transformações inovadoras nas empresas, sejam elas nossas ou nas em que nós trabalhamos.
Como eu passei a me perceber como empreendedora?
Desde o início da minha carreira, quando eu trabalhava em multinacionais, sempre fui atrás de novos projetos, de “me meter” onde eu não necessariamente era chamada. Dei a sorte de ter ótimas gestoras, que me davam espaço e me estimulavam a falar minha opinião, mesmo num cargo júnior, sem saber muito do contexto.
A minha curiosidade para entender e me envolver em novos projetos era um exemplo claro de intraempreendedorismo, algo muito valorizado nas empresas.
Mas, para mim, eu só estava fazendo meu trabalho, e o fato de ninguém nunca ter me contado que o que eu estava fazendo era bom, fazia com que eu me sentisse insegura por estar extrapolando algum limite, ou fazendo algo que não deveria ser feito.
Nesse meio tempo, em 2018, abri minha própria empresa. Mas, na verdade, também não foi bem assim.
Comecei “brincando” de empreender com a Autonomy, consultoria que eu e minha sócia criamos para ser nosso projeto paralelo. O objetivo era aprender a botar a mão na massa por conta própria, e também tentar colocar em prática nosso propósito de ajudar outros profissionais com seus negócios e carreiras.
Sempre mantivemos nossos trabalhos tradicionais ao longo desses anos, e os mantemos até hoje. Eu diria que, só em 2021, três anos e muitos clientes depois, finalmente nos percebemos empreendedoras, mesmo sem que a Autonomy fosse nossa frente de trabalho principal. Nunca acreditamos que a empresa poderia se tornar o que ela foi, com o alcance e o impacto que gerou!
Depois das multinacionais, entrei na Fix, uma startup que era pequena, mas promissora. Fui a quinta colaboradora do time, e tinha o desafio de construir a área de marketing do zero. Se isso não é empreender, eu não sei o que é! Mas, novamente, eu não percebia isso — de novo, achei que estava apenas fazendo meu trabalho.
Percebe que quando pensamos que “estamos apenas fazendo nosso trabalho”, isso nos limita e nos restringe? Diminui nossa confiança para seguir com decisões mais arriscadas que o padrão, ou abraçar projetos mais desafiadores que o normal?
Como eu passei a me perceber empreendedora
Ao longo dos anos, fui ganhando maturidade e me conhecendo melhor. Um longo período de terapia certamente ajudou nisso.
Me tornei líder e precisei construir times de marketing, e percebi como as pessoas tem dificuldade em vender suas ideias e sua carreira.
Falei com diversas pessoas que tinham as mesmas dores que eu tive. Elas eram incríveis no que faziam — mas não se valorizavam, e não percebiam o potencial empreendedor que existia dentro delas. Com isso, se sentiam menos confiantes, e perdidas com relação a que rumo seguir nas suas próprias carreiras.
A ficha realmente caiu quando comecei a trabalhar no método de aplicação de técnicas de Growth Hacking para Carreira. Minha ideia era compilar tudo que fiz na minha carreira para crescer, considerando Marketing Pessoal, Growth Hacking e, é claro, Autoconhecimento. Criei um método completo para ajudar outros profissionais a se realizarem profissionalmente, tornando-os mais autoconfiantes.
Testei esse método com diversas pessoas, e validei que ele realmente impulsiona as pessoas a se empoderarem para realizar coisas grandiosas. A se tornarem intraempreendedoras nas suas próprias empresas, e empreendedoras das suas próprias carreiras.
E foi exatamente isso que eu fiz ao longo de toda a minha carreira.
Você precisa saber disso: o empreendedorismo empodera
Escrevo esse texto e conto minha história com o objetivo de inspirar e estimular todas as pessoas, em especial as mulheres, a se sentirem empreendedoras. Se sentirem capazes de fazer transformações, propor soluções, novas ideias. Assumirem riscos, terem voz e criarem seus espaços de fala onde quer que trabalhem.
Sinta-se empreendedora. Perceba-se empreendedora em cada atitude que você toma na sua carreira. Isso vai transformar a percepção que você tem de si mesma quanto ao seu poder transformador. Você vai se sentir mais autoconfiante. E o crescimento é só uma das consequências.
De uma empreendedora orgulhosa,
Thais Sterenberg
PS: Se você está buscando direcionamento na sua carreira, responda esse email ou preencha esse formulário. Tenho certeza que posso te ajudar.